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Imagine com Harry







H: Olha quem está aqui outra vez. V: Infelizmente-Ri fraco- H: Mas nem pelo fato de me ver é felizmente? V: Nem por isso H: Então, ainda vai entrar? V: Não, já recebi minha dose de tortura e você? H: Já estava indo embora, pela primeira vez, não vou precisar ficar internado, sabe como não reajo muito bem aos tratamentos. V: Então te vejo na próxima? H: Sim-Ele riu- V: Cuidado pra não morrer no caminho H: Você também-Nós rimos e ele foi. Engraçado como temos levado a doença na brincadeira ou em como descobrimos no mesmo dia, do mesmo ano e em como nos encontramos no hospital. Harry era um garoto alegre e bonito, do tipo que deve ter feito sucesso na escola, até a doença atrapalhar tudo que um jovem precisa. Paz, surtos, descobrir seu estilo, se preocupar com o que usar no baile da primavera ou em entrar no grupinho badalado da escola, festas e etc. Mas nada O que tínhamos ao invés de paz era sofrimento e dor, dos surtos? Crises da doença em si, de estilo? Uma roupa velha que servisse para ir pro hospital se fosse preciso, remédios ao invés de um belo vestido para o baile da primavera e amigos como o Harry que tinham o mesmo problema que você. Quando passaram os enjoos e tonturas, pude voltar pra casa. Estava lendo um livro o mais lido de todas as minhas coleções -Meus livros eram como prêmios, escolheria o que quisesse e teria no dia que pedisse- quando meu celular vibrou, quase tive um ataque já que o silêncio sempre predominava onde estivesse, que era sempre a minha casa - V: Harry? H: Boa noite, donzela. V: O que você quer? H: Precisa ser tão gentil? V: Estava na minha parte favorita de o Herói Perdido, ou melhor, a parte que eu choro. Sabe o Fes... -Ele me interrompeu- H: Antes que comece a me falar o quão triste é quando o Festus morre, como o Leo não tem ninguém na vida e blah blah blah, quero te fazer um convite. V: O que você quer? H: Gostaria de saber se Semideusas predestinadas a morte gostam de piqueniques de noite. V: Predestinadas a morte? É seu melhor Jeito de dizer que eu tenho câncer? H: Tanto faz. Elas gostam? V: Gostam -Eu ri- H: Ótimo, vai pra janela -Assim fiz e ele estava lá com praticamente um cartaz escrito "Daqui a dois minutos estou na sua porta, eu levo a comida."- V: Tá tentando fazer isso parecer com um clipe da Taylor Swift? H: Não, eu não pertenço a você-Eu ri- V: Ainda bem, imagina namorar um traste como você H: Esse é sonho, ter o meu corpinho nu V: Quer morrer, Styles? H: Não S/s -Desliguei na cara dele quando o vi pela janela rindo, já que sabia meu ódio em ser chamada pelo sobrenome. Fechei meu livro, guardei meu celular, coloquei um short moletom, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e fui para a porta, ele já estava lá.- H: Rápida V: Você também. Onde vamos? H: Pro seu jardim V: Você adora desafiar o meu pai né? H: Ele não tem motivos pra não gostar de mim V: Você provoca H: Vamos logo -Ele me puxou. Colocamos a toalha no chão, abrimos a cesta e colocamos lá.- V: Que épico -Ele riu- O que temos aqui? H: Nutella V: Eu não gosto H: Vo...você o que? V: Eu não gosto-Ele se levantou indignado- H: Como assim? V: O câncer afetou sua audição ou o que? H: MUNDO ELA NÃO GOSTA DE NUTELLA -Ele começou a grita, um dos vizinhos apareceu na janela e gritou "Cala a boca, Harry" "Desculpe senhor Willians, mas a S/a não gosta de Nutella"- V: Você quer parar, seu idiota?-Eu ri e coloquei a mão no rosto escondendo o vermelho do mesmo- H: Também temos pão, chocolate, suco, pipoca V: Hmm me dá.-Ele jogou uma na minha boca e eu caí na tentativa de pega-la e ele se jogou por cima de mim- Sai, Harry H: Só se eu ganhar um beijo -Empurrei ele, saí correndo e ele veio atrás.- Não vai me dar meu beijo? V: Meu pai vai te escutar, seu tarado H: Vem aqui, semideusa V: Para Harry -Ele me alcançou, me derrubou no chão e eu soltei um "jato" de sangue na grama- H: S/n? O que houve? V: Eu...-Mais uma vez saiu meu rosto logo ficou banhado em lágrimas, meu estômago revirado e a garganta queimando. Ele me pegou no colo e correu para dentro S\p: O que houve, Harry? H: Estávamos lá fora e ela passou mal S/p: Ela deveria estar no quarto H: Só está... S/p: Eu não quero saber, Harry, sempre que ela está com você algo acontece. Vamos, me ajude a leva-la para o quarto.-Depois disso, fechei os olhos e não me lembro de mais nada. Só sei que a luz era pouca então não incomodava muito quando fui acordando, mas ela simplesmente entrou. Lá estava eu, ou uma forma morta de mim, deitada naquela cama mais uma vez. Harry estava bem ao meu lado, segurando minha mão e então sorriu.- H: Ótimo, quando finalmente me livro do hospital, você me traz de volta. V: Sim, estou bem.-Ele riu e uma lágrima escorreu de seu rosto.- V: Ei H: Trouxe algumas coisas do piquenique V: No hospital? H: Não vai querer? V: Claro que sim H: Não diga pra ninguém que te dei isso V: Não vou dizer -Comemos e ele deitou-se ao meu lado- Não quero vê-lo chorar outra vez H: Não chorei, só estava com os olhos sem piscar por muito tempo V: Ah, claro. H: Você acredita em outras vidas? V: Você acredita? H: Sim-Ele sorriu e olhou em meus olhos- V: Eu também- Tornei a encarar o teto- H: Nós vamos nos encontrar na próxima vida? V: Acha que vou te deixar em paz? H: Tá, prometo que na próxima vou ser o seu sátiro V: Por isso que eu te amo, garoto-Então ele fechou os olhos e dormiu ao meu lado, não demorou muito para que eu dormisse também.- H: Acorde, acorde V: Ai H: Você  vai ser liberada, moça. V: Finalmente.- Os dias foram se passando depois daquele episódio e as coisas tinham se tornado difíceis mas não só para mim. A doenças vinha tomando conta de tudo, as únicas vezes que nos encontrávamos eram no hospital, e nada bem nunca era alguma besteira, sempre eram crises que pioravam cada vez mais. Livros? Não lia mais. Pensar? Não conseguia. Até um que dia eu estava na sala de casa, peguei um livro pela primeira vez em meses para ler, já que me sentia melhor. Sentei-me ao lado do meu pai que limpou as lágrimas ao meu ver, abri o livro no meio e comecei a ler.- S/p: Do meio filha? V: Sim S/p: Por que? V: Quero conseguir chegar ao final deste. -Ele sorriu. Nunca pareceu tão cansado. Logo ele, que tinha a aparência de um jovem de 20, agora parecia ter 40.- S\p: O que está lendo dessa vez?-Quando estava pronta para responder, banhei meu livro favorito em sangue, para variar, estava sempre jorrando em sangue por aí. Ele ficou completamento sujo, nenhuma página havia sido salva nunca havia acontecido, nunca vi uma cena assim, nunca vomitei tanto. Estava finalmente colocando todo o resto de sangue havia em meu corpo para fora. Fui levada as pressas para o hospital, os médicos fizeram tudo o que podiam. Um deles sussurrou algo no ouvido de meu pai que se desmanchou em lágrimas. Sabia que aquele era o meu fim, fim da linha, finalmente eu iria partir mas algo não estava certo. Eu queria ver o Harry em meu último suspiro, dizer que em meus momentos como pessoa, sem a doença e com ela o amei durante um longo tempo, cada batimento meu era seu e o último também seria, e não havia nem ganhado um beijo seu, apenas uma vez e fazia tanto tempo, mas parece que não iria partir tranquila e que nem veria o seu rosto em meu último suspiro. Até que lá estava ele na porta, fazendo esforço para caminhar, pálido provavelmente quase sem sangue assim como eu, ele sorriu fraco quase caiu quando a enfermeira o segurou, no soro e apoiado a ela, conseguiu chegar ao meu lado- H: Acha que eu morreria sem te encher o saco pela última vez? V: Achei que fosse embora sem te ver- Levantei o braço com esforço como se pedisse para ele sentar

-H: Você ainda tem muito pra viver, semideusa. V: Você também, idiota. -Riu fraco- Eu te amo H: Eu também te amo. Eu te daria minha vida se ainda tivesse ela V: Deve ter mais minutos que eu, eu aceito -sorri. Ele se aproximou e tocou meus lábios. Ambos estavam gelados, tanto os meus quanto os dele, como se estivéssemos mortos e, mesmo assim, foi o melhor beijo que eu já ganhei. Nada muito sexy ou profundo, nem língua havia tido, foi apenas um toque, o melhor e o último. Ele se deitou ao meu lado e resmungou alguma coisa sobre a morte.- V: Nos encontramos na próxima? H: Dessa vez sem câncer V: Sem câncer- Então demos as mãos para finalmente fechar os olhos. "E então em um domingo a tarde, às 5 em ponto, um jovem casal deitou-se para descansar. Eles deram as mãos e fecharam os olhos, já estavam prontos para na próxima vida se encontrar."





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